segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O caminho da roça

Minha atual música do coração como trilha sonora!
Já percebi que tenho 3 categorias de posts:
Os auto-ajuda
Os correspondente-em-Londres
Os nada-a-ver


Esse é um mix nada-a-ver com auto-ajuda. 
Let's?
Eu tinha dois objetivos claros quando vim pra cá:
1. Estudar assuntos que eu gosto (no caso moda e maquiagem), pra, quem sabe, talvez, um dia, possivelmente, mudar de profissão.
2. Morar em Londres.
Esses eram os sonhos. E cá estou, morando em Londres e com 2 (dos 3 cursos que vim fazer) concluídos.
Importante: tenho dois momentos de eterna reflexão aqui. Enquanto eu tomo banho (a água daqui é muito estranha, já disse, né?) e na Piccadilly line, a mais chata, cheia e demorada das linhas do metrô. Não lembro bem em qual desses momentos caiu a ficha, mas eu percebi que estar aqui não tem nada a ver com mudar de profissão ou "morar" na cidade. É maior e muito mais especial. 
Estar aqui não tem a ver com ser uma pessoa diferente, melhor ou mais qualificada pra vida, tem a ver com ser você com você mesma. Com você entrar em contato com o mais profundo dos profundos, sabe como?
Não tenho ninguém pra influenciar nenhuma das minhas decisões ou o que eu falo, faço ou deixo de falar, fazer. 
Também não tem na-da a ver com encontrar a independência. Tem a ver com encarar de frente todas as inseguranças e os medos.
E essas descobertas mostram várias auto-belezas e outras inúmeras auto-estranhezas. Vááárias vezes já me peguei pensando: Não Laura, mentiiiiira! / Não acredito, sério! / Você só pode estar de brincadeira!
É muita psicologia pra uma perdida no mundo, mas é assim que eu funciono aqui.
A verdade é que eu mudei a forma que estou encarando essa experiência porque no começo fiquei meio maluca. Fiquei obcecada pelas aulas de moda, era a primeira a chegar, a última a sair e AAA puxa-saco da professora. Tudo isso porque eu achava que era a minha chance (e última chance) de aprender o máximo, pra virar a maior entendedora do hemisfério. 
Ui!
Cá entre nós, mais alguém, além de mim mesma, achava que eu aprenderia uma super novidade em pouco mais de 5 aulas? 
Não, né? 
Ah, tá!

Enfim, decidi que vou ver a vida acontecer. 

Mas nada foi em vão. Pelo contrário. 
Aprendi que a moda dos anos 70 tá em alta. Que nada se cria, tudo se copia. Que a gente jamais deveria jogar fora as roupas da vó / mãe. Roupa muito justa é pijama. Que siiim, usar listras com flores é super up. E que nãooo, ninguém fica bem de vermelho ou legging branca. E que for god's sake, parem de usar meia-arrastão e bota por cima da calça jeans!
Detalhe: não é mais a Laura chata que tá falando (apesar de saber tudo isso antes de aprender em pounds), é a Laura que estudou moda em Londres. 
Viu a diferença? Entendeu o porquê da viagem? : )


Acho que eu me perdi um pouco no contexto, mas é isso aí. 
Pela primeira vez na vida não quero cobrar nada de mim mesma. 
Esse é o objetivo. 
Aprender a ser uma pessoa mais leve (com todas as levezas que ela pode ter) e principalmente: o melhor possível pra mim mesma e o mais feliz comigo mesma.
Updates uptodates:
> Sexta, último dia do curso de maquilage, voltando pra casa no metrô com a minha super maquiagem-pra-ganhar-diploma (e cujo tema era: oi, Rua Augusta sentido centro), dois brasileiros conversam:
   - Se liga, ela é dragqueen.
   - Será? É, quem estaria assim às 6h da tarde.
   - O povo aqui é muito estranho. 
   - Mas olha o pescoço. Não, não é homem.
   Pausa
   - Você tá entendendo tudo o que a gente tá falando, né?
   - E você é menina, né?
E assim acaba, tão precocemente, minha carreira de artista.
> Levei o maior capote na escada do ônibus. Dei de cara no vidro. Tenho a impressão que ganhei um dente quebrado e pelo menos mais duas cicatrizes.
> Aqui eu caio, tenho muita sede e um desejo incontrolável por rabanete e pão-de-queijo.

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