terça-feira, 28 de junho de 2011

Tchau!!

Eu comecei a fazer aula de costura, mas era muito longe da minha casa. Parei.
Eu comecei a jogar basquete. No segundo jogo que fiquei esquentando o banco, parei.
Fiz 8 anos de piano. Durante minha última audição errei toda a música, passei a maior vergonha e prometi que não tocaria mais. Parei.
Tive aulas de teatro porque sempre fui muito envergonhada. Na primeira peça, para mais de 5 pessoas na platéia, fiquei tão vermelha, que saí antes de ser expulsa.
Aprendi a fazer a posição da ponte no yoga. E nunca mais fui às aulas.
Fiz italiano, francês e espanhol. Só sei falar palavrões nessas línguas. E olhe lá.
Dancei ballet por uns 5 anos. Nunca achei que tivesse o perfil, foi uma tentativa para arrumar meu pé chato. Parei.
Fiz uma aula de maquiagem. E faltei nas outras duas.
Comecei a correr. Ficou frio, cansei e parei.
Fui 3 dias na academia. 1 semana no boxe.
Quis fazer aula de culinária.
Quis começar uma pós-graduação.
Quis aprender a tocar violino.
Tinha certeza que seria ginasta.
Desisti de muitas coisas. Deixei de tentar outras várias.
Não me acho uma fracassada na vida até porque hoje, pensando em tudo isso, eu acho que não seria feliz seguindo nenhuma das atividades acima. Mas o fato é: quando parecia difícil demais, eu desisti. Quando a preguiça bateu mais forte, eu nem tentei.
E hoje, 1 dia antes de embarcar pra Londres, eu me vejo numa situação nova. Já dei meu primeiro passo rumo a uma tentativa de fazer algo que sempre quis e nem me passa pela cabeça desistir.
Desde que comecei a contar sobre a viagem, ouvi de muita gente que eu sou corajosa, mas eu acho que isso tá longe de ser coragem.
Ter a chance de realizar um sonho é um presente, uma oportunidade única! 
E com praticamente um pezinho dentro do avião e o outro quase já dentro da Harrods (olha a futilidade!), a mensagem que quero deixar registrada aqui é: a vida é muuuuuuito curta e não temos controle da maior parte dela, maaaaas tem outra infinidade de momentos que podemos decidir viver ou não. E puts, realizar um sonho é talvez dos mais incríveis e mais especiais de todos esses momentos. Eu nem fui ainda, mas já sinto tudo isso. 
Não deixem isso passar nunca. Nunca! Olhar pra trás e sentir que o momento passou é muito mais triste do que tentar e falhar. 
Sonhem sempre, planejem e pau-na-máquina, como diz meu irmão. 
Que os sonhos se renovem sempre pra todos vocês! E, já que me disseram tantas vezes, eu deixo aqui: corageeem, meu povo! Mexam-se, porque são poucos que têm a chance de buscar a felicidade (e com certeza ir atrás dela é muito mais divertido do que esperá-la cair do céu)
Mando notícias lá de Londres!!
Muito obrigada por tudo :)
Eu odeiiiiiiiio mala, sério. 
Muito sério.

domingo, 26 de junho de 2011

Aconselhando o desapego

Todo mundo tem um conselho pra dar nesse momento pré-viagem. Seja lá qual for ele, o objetivo de todos, sendo muito otimista, é uma fézinha pela minha felicidade durante a viagem. Por isso, muito agradecida. 
E, como não poderia deixar de ser, eu já ouvi de-um-tudo absolutamente tudo sobre isso.
Minha vó, por exemplo, me disse para não aceitar nada de estranhos. Se possível nem cruzar com os estranhos na rua. Evitar, inclusive, sentar ao lado dos estranhos no metrô, porque metrô, né? Vai saber. 
Meus amigos, em compensação, me disseram pra aproveitar. Aproveitar muito porque passa rápido, aproveitar porque eu nunca vou me esquecer, porque eu vou querer ficar, porque vai ser incrível, porque vai mudar minha vida, porque 3 meses é muito pouco.
E tem uma terceira categoria de conselhos, aquela dos mais transgressores. E eles são mais ou menos assim: vá e faça tudo o que te der vontade, faça aquilo que você sempre quis fazer e nunca fez, faça coisas que até Deus duvida, faça e tenha vergonha de contar depois. 


Pausa para meditação.
E o que a minha vó tem em comum com os mais transgressores? O desapego. Minha vó diz assim: minha netinha, jamais esqueça de onde você veio, da sua religião, da sua família que tanto te ama, ligue pelo menos uma vez por dia e... obviamente desvie o olhar dos estranhos. Meus amigos transgressores falam exatamente o oposto: despegue de tudo. Esqueça tudo e todos no Brasil. Lá você não é ninguém. Esqueça tudo o que você fez até hoje. Esqueça inclusive quem você é. 
E como eu tenho mais amigos que avós, fiquei confusa.
Forte, né?
O que todos eles (incluindo minha vovó) esquecem é que eu sou uma moça de 30 anos, que já passou da fase de fazer intercâmbio e me preocupar que a maioridade só começa depois dos 21, de achar bacana conhecer estranhos no metrô (apesar de nunca ter achado nada perto disso) e que não tenho mais idade pra experimentar certas coisas. Algumas talvez, mas outras tenho certeza que não.


E falando em desapego, devo confessar que comecei a exercê-lo um pouco antes de pisar em solo londrino.
Desapeguei da comida - dei uma engordadinha com a desculpa de muitas mudanças, o inverno que faz a gente comer mais e a vontade de comer o que eu quiser, porque em pounds é muito mais caro.
Desapeguei da unha - já estou treinando pros meus 3 meses.
Desapeguei da rotina (chatérrima) de cremes - e ganhei uma pele com vida própria.
Desapeguei das roupas - e minha calça de moletom do colégio virou melhor amiga.
Desapeguei da arrumação - meu quarto virou uma maloca.


E assim vamos. Com a esperança de uma desintoxicação made in Europa, com alguns desapegos e talvez um bocado de amigos frustrados na volta!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sobre a saúde

Ouvi dizer que não entro na Inglaterra sem seguro saúde. E seguro saúde aqui não é aquele bobo que a gente tira onda com o quanto a família fica rica se rolar uma desgraça (toc toc toc). É um seguro tipo plano de saúde mesmo. Resolvi acreditar, ainda mais depois do episódio do visto
E outra, melhor ter certeza que minhas doenças-da-cabeça terão boa infra-estrutura, porque as últimas psicossomatiquices foram cruéis - uma virose das horríveis e meu astigmatismo do olhos esquerdo que aumenta em progressão aritmética (eeeeeeba!! alô oftalmo que nunca quis me receitar lindos óculos!).
Esse negócio de seguro saúde é o típico assunto que ninguém entende coisa nenhuma até precisar. Por exemplo, você sabia que na Itália o sistema de saúde é todo de graça? Um pedaço da minha família esteve por lá, encheu a pança de massas como se não houvesse amanhã, passou mal e lá se foram com seus seguros viagem para um hospital bem bacanudo. Não pagaram nada e ainda sobrou dinheiro para o gelatto do dia seguinte. Vai saber.
Daí que fui atrás e me recomendaram um tal de Bupa. Pelo que eu entendi, esse Bupa não tem aqui no Brasil, mas é aceito por alguns médicos/hospitais daqui. De verdade eu não quis entender muito bem, só sei que no mundão a fora é aceito e muito bem aceito segundo a vendedora (uhum).
Paguei o seguro por 1 ano, pois segundo a mesma vendedora o valor é o mesmo para 3 meses (quase uma melhor amiga).
Quero muito ir pra Istambul enquanto estiver lá em Londres e minha amiga Bupa vai ser fundamental para um possível problema com a comida ou com a vigilância sanitária (isso nem é doença, mas deu pra entender, né?).
Enfim, só sei que eu e Bupa nos demos bem. Li todo (not) o papel que acompanha minha carteirinha e eu estarei super bem amparada por lá. Só não me venham com "exames de rotina" que isso é quase um pecado e não deve nem ser mencionado.
Quem me ajudou no assunto foi o pessoal tão simpático quanto um corretor de imóveis do GG Suporte (11 3741-0983).
Espero ser esse o primeiro e último post sobre o assunto. Amém.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

I say hello

Gostei dessa idéia de trilha sonora. Vamos tentar de novo?
Despedidas são tristes. Sempre. Por mais que não sejam pra sempre, dói. Daí todo mundo diz em coro, com as mãos pra cima e uma indignação no olhar: "mas Lauraaa, são só 3 meses!!". E em resposta eu acho todos eles chatos, porque eu tenho o direito de me sentir triste pela separação.
(momento rebeldia em homenagem a todos os que estão me achando meio melancólica). ; )
Eis que me vi obrigada a me despedir de todas as pessoas mais próximas ao mesmo tempo. Por um motivo que eu mesma inventei. E o que tinha de tudo pra ser triste e depressivo, tá sendo divertido, feliz e um tanto quanto revelador.
Os chatos as vezes têm razão. Vamos prestar mais atenção neles, minha gente!
Pausa.
Eu não sei ser o centro das atenções. Não sei organizar eventos. Não gosto de mobilizar pessoas por minha causa. Fico terrivelmente vermelha quando tem mais de uma pessoa olhando pra mim e sim, morro de medo dos convidados não aparecerem.
O motivo é: nasci dia 27 de dezembro e nunca fiz festa de aniversário com meus amigos.
Mãe, antes que você me bata na cara, sim, você sempre organizou minhas festinhas (comemoradas lindamente todos os anos por volta do dia 3 de novembro), mas isso aconteceu até o dia que meus amiguinhos cresceram e arrumaram coisas mais interessantes pra fazer entre o Natal e Reveillon.
Voltando.
Tudo isso pra contar que não sei lidar muito bem com o foco apontado pra mim. 
Os eventos de despedida são novidade na minha vida e o que era pra ser uma experiência só minha, acho que está sendo também para os que participam. Eu trabalhei 8 anos dentro do parque e fiz 2 piqueniques por lá. Nos mesmos 8 anos, eu nunca soube que era possível almoçar sem usar o carro. Eu conheço algumas pessoas desde o começo dos 8 anos e nunca tínhamos almoçado no sábado. Tenho amigos que moram a 1 quarteirão e não via há uns 3 anos. Raramente juntei turmas diferentes. Conheci novos velhos amigos que deixaram de ser só colegas. E foi assim que eu fiquei muito feliz com essas despedidas e com todos os momentos especiais que elas me proporcionaram (e ainda vão me proporcionar). Fiquei feliz de ver meus amigos felizes e descobrindo como é bacana sair da nossa rotina a favor de bons motivos. 
Momento Mestre dos Magos. Se ele aparecesse agora pra dar a lição do dia, certeza que falaria o bom, convencional, correto, óbvio e verdadeiro
CARPE DIEM!
A gente não precisa de motivos pra ser feliz, né não? Ainda mais quando temos essas pessoinhas fofas por perto!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Habemos Tetum!! - o fim da epopéia

Esse post tem trilha sonora! Solta o som : )
Os dias de cão chegaram ao fim e siiim, eu tenho um teto em Londres!!
E o melhor de tudo é que não é qualquer teto, é o teto de uma pessoa conhecida. Um teto que guarda um quarto só pra mim com... (momento lágrimas de emoção) um banheiro só pra mim!!!!!!!!!! Podia ser melhor? SIM! Sou quase vizinha da Elisabeth, tenho um metrô bem pertinho e... (mais lágrimas) o Hyde Park lá na esquina (na esquina depois de uns 20 quarteirões, mas tá perfect!).
Começando do começo.
Eu estava simplesmente desesperada com esse assunto. Depois do quase golpe e de milhões de e-mails sem resposta, eu achei que ia dormir no aeroporto (é de conhecimento da minha família essa minha quedinha por aeroportos). 
E eu tenho provas do meu desespero. 
Usei 4 sites para achar um quarto. O Spareroom, o Craiglist, o Gumtree e o Easyroommate. O Spareroom, por exemplo, registra o número de anúncios que você entrou em contato. Meu número foi 86. O Gumtree tem uma ferramenta que identifica seu perfil e manda anúncios que tenham a ver. 103 anúncios combinavam comigo, mas só 12 gostaram efetivamente de mim. 
Senti que era pessoal. Será que sou muito velha? Talvez por ser brasileira? Ou pelo fato de ter nascido menina? Ou vai ver ainda que escrevi meus emails com um inglês tão bizarro que sofri bullying virtual.
Enfim, fui ignorada, escanteada e fiquei muito desanimada; o que era pra ser divertido ficou chato.
Até que resolvi pedir arrego e assumir que não conseguiria fazer isso sozinha. Fui buscar ajuda com aqueles meus amigos que conheciam alguém por lá. Falei com to-dos. Até com amigos dos amigos que nem sabiam quem era o tal amigo (eu confundi várias pessoas, é verdade). 
E como eu não acredito em destino, tenho certeza que recebi uma recompensa por tantos nãos. A Helen apareceu na minha vida pelo Dodô, um amigo que trabalha tão longe de mim que mal conseguimos espreguiçar sem dar um tapa na cara do outro. Serei eternamente grata, Dodô. Luv!
Ela é irlandesa e está em Londres já faz um tempo. Até o ano passado ela dividiu o apartamente com um amigo e por esses 3 meses ela super me quis. Fiquei muito muito muito feliz! Antes de contar mais sobre ela, postar fotinhas e etc, vou pedir permissão, tá? Porque é legal falar dos outros, mas não daqueles que vão ter a chave do seu quarto.
Conversei muito com ela por e-mail (mal sabe ela que pra comunicação virtual existe o Google Tradutor e que isso não será possível na vida real) e ela me pareceu ser um amor de pessoa. Meu futuro quarto é um ex-quarto-de-música - ela é vocalista de uma banda de rock e ganha a vida na night. Já fui convidada para o próximo show que acontece dia 16 de julho. Vai ser engraçado se eu não gostar e for "obrigada" a ir em todos os próximos.
Meu quarto, segundo ela, já ganhou uma cama nova e um super espelho pra me ver melhor (disse ela: you will love it - senti um #ficaadica e vista-se apropriadamente).
Vou morar em Kensington, ao lado do Museu de História Natural, Museu Victoria and Albert e "Museu" Harrods (onde vou só pra admirar os afrescos no teto. Uhum! ihihi).
Essa é minha rua
Não sei ainda qual o prédio, mas fato: tijolinho à vista rocks!
E essa é a rua por onde vou andar todo santo dia.
Fofas, né? 
Não tem cara de um reduto de roqueiras, mas tô gostando desse mix.
Eu fui abençoada é verdade, mas como eu acho que infelizmente nem todo mundo vai ter a mesma oportunidade que eu tive, se eu precisasse dar dicas de como achar um canto, seria assim:
1. Na paralela, enquanto você procura nos sites lista-amarela, encha MUITO o saco de todos os amigos que têm conhecidos por lá. De verdade, é sempre possível achar o amigo do amigo do amigo que tem um cantinho sobrando. E believe, é muito mais seguro ficar num lugar com indicação.
2. Eu jamais fecharia o período inteiro através do site/pessoas que nunca vi na vida. Se você achar um quarto que parece ser legal, tente negociar só o primeiro mês (vai ser impossível fechar qualquer coisa por menos tempo). Acho importante fazer isso, porque vai saber, né?
3. As agências do Brasil podem ajudar. Eu fiquei com muita preguiça de apelar para as CIs e Tia-Augusta da vida e banquei a mulher-maravilha, mas é um jeito mais seguro.
4. Se nada disso adiantar e você não conseguir fechar nada antes de ir, relaxa. Vai pra Londres e fique em um hotel/albergue. Estando lá é MIL vezes mais fácil achar um lugar e outra, você conhece antes o quarto e os amiguinhos de apartamento, certo?
Acho que é isso. Eu teria seguido esse caminho se não tivesse encontrado com a Helen : )
Espero que o amor de começo de relacionamento seja mantido entre nós. 
E muito obrigada a todos que me ajudaram e acenderam uma vela em minha intenção. Smack!

domingo, 12 de junho de 2011

Conectando os pontos



Estou vivendo uma fase aberta a muitas inspirações. Se até o Ronaldo me inspira, é porque eu realmente ando muito sensível pra certas coisas (ou então completamente descompensada).
Daí que ontem me deparei com um vídeo que vi há muito tempo atrás e é pura inspiração do começo ao fim. Coisas do destino : )
É um vídeo bem batido, bem óbvio nos momentos auto-ajuda, mas que de repente fez muito sentido. Trata-se de um discurso feito pelo Steve Jobs durante uma formatura estadunidense. Esse aqui:
Dentre tantas coisas interessantes que ele fala, uma é bastante especial: a vida só faz sentido quando olhamos pra trás. Sem desmerecer o presente, ele diz que muitas vezes vivemos momentos que a princípio não dizem nada ou que muitas vezes são sofridos, mas esses são momentos que só vamos dar valor quando olharmos pra trás e percebermos que foram importantes para chegarmos onde chegamos (seja lá onde for).
Em algum momento os pontos serão ligados e toda a história vai fazer sentido. 
Pensar nisso tem me ajudado bastante nessa fase e não me sinto tão maluca por largar tanta coisa pra trás. Aqui eu tenho uma vida perfeitinha, amigos lindos, uma rotina que eu adoro e que me faz feliz sob vários aspectos. Mas isso começou a não ser suficiente e decidi achar outros caminhos ou outros pontos para tentar conectar mais tarde. Será que faz sentido?
E falando em inspirações, deixo aqui o Blog do Renas, um desses exemplos da vida real e que todos deveriam conhecer. O Renato, é dono de uma das histórias mais incríveis e verdadeiramente inspiradora que eu já conheci e com certeza hoje ele deve olhar pra trás e entender a vida de uma forma diferente e muito melhor.
Ele tem bastante culpa na decisão de mover minha vida em busca da felicidade e da realização de um sonho. Que sirva de exemplo pra muito mais gente.
E falando ainda sobre fazer sentido ou não na vida: Jackie Tequila. A música com a letra mais non-sense, mais nada a ver que já ouvi na vida. Nem ouvindo 10 vezes seguida ou de trás pra frente, dá pra entender o que ela quer dizer. Divirtam-se.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Rock'n Roll Train

É minha gente… viajar não é fácil…

Ainda mais quando se está indo sem muita programação, meu caso.

Essa semana recebi a triste notícia de que o estágio que eu estava pleiteando na sede de Londres da agência que trabalho não rolou. Fiquei meio perdida. É, eu ia trabalhar nas férias. Não, não sou workaholic. Acredite.

Comecei a pensar no que eu iria fazer durante essas 3 semanas, completamente desocupada. Concordo, Londres é demais 1, 2, 3 semanas, pra sempre! Mas gente, eu só tenho 30 dias. Não quero “gastá-los” assim...

Daí, eis que vem a resposta de uma forma um tanto quanto inusitada...

Estava eu, na casa de uma grande amiga depois do trabalho e ela me obrigou a ver o início de um documentário. Me obrigou. Porque eu só queria cerveja e papo furado e não ficar prestando atenção num documentário, seja lá ele qual fosse... Acabou que eu comecei a assistir e fui me envolvendo, me envolvendo... até que PLIM, a luzinha das idéias acendeu.

O documentário era Metal: A Headbanger's Journey, um filme sobre um antropólogo que resolveu pesquisar sobre a história do metal e suas vertentes... Lembrei até daquele site super bacana, o Map of Metal, que fala dos estilos de metal/rock de acordo com regiões do mundo. Mas voltando ao filme... Achei muito bom! Rola entrevista com vários caras do cacete como Bruce Dickinson, Dio, Geddy Lee, Dee Snider, desmistifica algumas lendas, conta fatos históricos… Acabou que minha amiga foi dormir e eu fiquei com uns amigos assistindo até o final. Amei.

Bom, tudo isso pra dizer que eu fiquei morrrrrrendo de vontade de ir até a Escandinávia, conhecer o lado mais radical do metal. Em especial, Oslo e Helsinki. Isso se a Ryanair, EasyJet ou qualquer companhia aérea baratchola de lá me permitir, claro!

Seguindo essa linha de raciocínio, fiquei pensando onde mais seria legal viver, nem que fosse por uns poucos dias, o que que algumas bandas viveram no início de suas carreiras. As ruas, a noite, os bares...

E lá está ela, tão pertinho de Londres... Manchester!! Puta cidade emblemática pra mim. Várias bandas ótimas (e outras nem tanto) vieram de lá, como The Smith, Joy Division, The Chemicals Brothers, Oasis, The Ting Tings, The Verve, Doves e a minha queridinha: Elbow. Isso sim será possível. Obrigada MegaBus por suas viagens de ônibus quase de graça!

O fato é que encanei nessas viagens, mas sabe lá o que vai acontecer durante minhas férias. Não tenho saco pra ficar planejando muito... já sei que vai ser tudo super desprogramado e desorganizado, mas no final terei boas histórias pra contar para os meus... gatos!

:)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Em busca da profissão

Tudo começou assim, ó: mãe, tô aqui preenchendo a inscrição para a Fuvest e não tenho nenhuma noção do que vou prestar. Acho que vou fazer um xis na publicidade, tá?
Plim plim plim, virei publicitária.
E foram 12 anos felizes no papel de publicitária. Trabalhei feito louca, me dediquei de corpo, alma, saúde e nervos. 
12 anos intensos e que me fizeram ser a pessoinha que hoje sou. 
Lembro do meu primeiro dia no meu primeiro emprego. Acordei e me vesti com a roupa que tinha comprado no dia anterior - calça de linho cinza, uma camisa branca bem jeca, um sapato rosa na textura jacaré má-muito feio e uma trança no cabelo pra mostrar seriedade. 
Lá fui eu, toda enfeitada na minha ingenuidade, pro meu primeiro dia de menina trabalhadora.
Pisei na agência e, se me restava dúvida sobre estar na profissão certa, naquele momento eu tive certeza... era AA profissão errada. Olhava as pessoas ao meu redor e me sentia um nada, uma menininha frágil e toda nerds no meio de tanta gente chique (na minha época os homens do atendimento usavam terno e gravata) e ao mesmo tempo ultra-moderna. Nem me preocupei com o fato de serem bem-sucedidas ou não. Eu jamais seria tudo aquilo. Eu jamais me vestiria tão bem quanto as meninas da criação ou seria tão pop como as atendimentas mais antigas. 
Cheguei arrasada em casa tentando entender tudo aquilo. 
Ta, então quer dizer que como estagiária do atendimento eu tenho que: obedecer meu chefe e o chefe do meu chefe, fazer tudo o que o cliente mandar, negociar os orçamentos com a produção gráfica, cobrar a mídia, envolver o planejamento, ficar no pé da expedição, brigar pelo prazo com o RTV e todos os dias da minha vida ser simpática com a criação, mesmo sabendo que eles jamais seriam simpáticos comigo :)
Uhum.
E foi assim que aprendi a ser uma menina responsável e desaprendi a ser organizada. 
Aprendi que a gente nem sempre deve dizer o que pensa e que as pessoas nem sempre dizem o que querem.
Aprendi a dirigir por São Paulo sem usar o GPS. 
Conheci o Rio de Janeiro e até acho que me localizo bem por lá. Viajei pra quase todas as capitais do nordeste.
Descobri que não sei almoçar sozinha.
Me diverti horrores e dei risada até cair no chão (literalmente). 
Ouvi muitos desaforos e em troca chorei oceanos inteiros.
Chorei mais um pouco com histórias bonitas.
Conheci os melhores amigos do mundo.
Foi um capítulo muito muito muito feliz da minha vida e sei que graças a ele eu me sinto uma pessoa melhor.
Mas os 30 anos chegaram e eu percebi que estava na hora de testar outros caminhos e outras possibilidades antes de ter certeza do que eu quero ser quando crescer. 
Londres apareceu nessa minha busca por novidades e juntei o sonho de morar fora com o sonho de conhecer outros assuntos - moda e maquiagem foram os assuntos escolhidos por serem assuntos que eu gosto muito, não por serem do meu super conhecimento.
E lá vou eu. Sem nenhuma pretensão de resolver minha vida profissional em 3 meses, mas muito animada com tudo o que tenho pra aprender e viver por lá. 
Mas olha como são as coisas... enquanto eu me despeço do mundo publicitário, o Ronaldo tá lá no Pacaembú se despedindo do futebol(!) e sem querer me ocorreu um momento de inspiração - achei lindo ver o sorriso de alguém que se diverte e é feliz com o que escolheu pra fazer da vida. 
Então combinado. Vou lá em busca do meu sorriso e já volto!
E não. Eu não aprendi a me vestir tão bem quanto as meninas fofas da criação. 
E sim, eu até tive oportunidade de ser pop, mas achei tudo isso muito brega. 
ihihihi tudo mentira.

sábado, 4 de junho de 2011

Destinatária

Tenho uma preguiça terrível quando o assunto é destino.
São dois os motivos:
1. acho fácil apoiar-se em algo que com certeza absoluta vai acontecer. 
Eu, se acreditasse em destino, já teria minha vida programada: primeiro iria pra Berlim e gastaria todo o meu dinheiro na Urban Outfitters (clica aqui, entrega no Brasil ;)). Em seguida voaria pro Tahiti, deitaria na minha espreguiçadeira cheia de almofadas brancas recheadas de plumas (impressionante como pessoas chiques não têm dó de misturar coisas de tecido e ao mesmo tempo brancas com praia), pediria uma coca zero só com gelo e ficaria lá, deitadinha, esperando o destino fazer sua parte. Porque, né? Ele já está traçado.
2. o destino é sempre o culpado. É o tal do ah, não se preocupe, não era pra ser. Realmente ninguém escolhe passar por momentos tristes ou que causem alguma dor, mas alguns infelizmente são inevitáveis. O que eu não concordo é culpar o tal do destino por uma coisa que não aconteceu por preguiça, medo ou falta de empenho da pessoa. É fácil demais. De novo. 


Acho importante acreditar em algo maior, mas algo que está sendo construído por nós mesmos, não que já esteja pronto. 
Quem sou eu para julgar as crenças de alguém, mas escolhi pensar assim. 


Acontece que a ida pra Londres está amolecendo meu coraçãozinho e comecei a enxergar as coisas um pouco diferente. Continuo me irritando com o papo de destino, mas percebi que quando você acredita verdadeiramente em alguma coisa, tudo começa a dar certo e tudo começa a fazer mais sentido.
Eu acredito verdadeiramente que essa mudança vai ser importante e feliz pra mim. Tá, nem por isso eu ganhei na loteria ou emagreci 5 quilos, aliás, pelo contrário: meu gerente do banco me liga todos os dias preocupado com minhas finanças e minhas psicossomatiquices não me deixam. Mas, de qualquer forma, os ventos estão soprando a favor - poderia ter me dado muito mal com a história do aluguel, mas parece que arrumei uma casa bem legal (conto em breve); poderia ter tido problemas com o visto e no final das contas a Inglaterra me aceitou por 6 meses; poderia chegar em Londres desamparada, mas sei que tem gente muito bacana por lá; consegui a última vaga de um curso que eu queria muito e, thanks god, eu vou pra um país que não tem carnaval fora de época, baladas sertanejo-universitário ou o Luan Santana como ídolo (ihih). 


Pensando em tudo isso, acho que a gente deveria deixar um pouco de lado o o que tiver que ser, será e se empenhar mais na realização dos nossos sonhos e no que a gente acredita que vai nos fazer feliz. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ready for the floor!


Quando a Laureta me chamou para ser colaboradora do blog lindinho e super bem intencionado dela, amei a idéia, mas fiquei um pouco nervosa de não conseguir colocar nada de interessante aqui. Não!!! Não é que minha vida não é interessante. Ela só talvez não interesse a você, que está lendo. Até porque não estou indo pela primeira vez para Londres... Nem de mala e cuia como a Laura... Nem cheia de dicas e sugestões sobre a cidade... São só férias! É. Férias!

Pensei, pensei... E finalmente cheguei à conclusão de eu podia sim, falar de algo que interessa muita gente: música, claro!

Quer lugar mais significante neste aspecto do que Londres? Quer época melhor que o verão da Europa para ir em gigs e festivais? Quer experiência mais fantástica do que poder contar um pouco sobre um dos maiores festivais de música, dança, arte do mundo?!?!

Bem, considerando que sou completamente apaixonada por tudo isso, resolvi topar o convite (muitíssimo agradecida, por sinal!) e cá estou, primeiro para contar sobre o Glastonbury, que acontecerá durante minha primeira semana na Inglaterra (e obviamente todos os preparativos para esta grande festa na Worthy Farm ), e depois, continuar falando sobre shows, bandas novas, baladinhas e o que for rolando durante a viagem.

De qualquer forma, este primeiro post foi só pra me apresentar... e a propósito, eu sou a Kivia. :)


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dos amigos colaboradores

Nesse verão, decidi fazer algo de diferente! 
Ainda não tenho uma casa e uma piscina, mas já tenho amigos pra curtir o verão maaaaravilhoso da Europa, tomando uns bons drink e dividindo com vocês esses momentos meus (genteee, coube super! Luisa Marilac e eu temos tu-do em comum!)

É engraçado. Parece que todo mundo conhece alguém em Londres. Tudo bem, Londres é meio carne-de-vaca (se eu estivesse indo pra Helsinki, a coisa seria muuuito diferente), mas acho que não teve uma pessoa que não dissesse "poxa, tenho um amigo lá, vou te passar o contato". E deixo aqui um obrigada público pra todos vocês que me apresentaram alguém, porque saber que vou ter pessoas queridas (pessoas queridas de pessoas queridas por mim, são automaticamente pessoas queridas por mim também!) por perto, me deixa muito feliz e muito mais tranquila!
E o mais engraçado é que com algumas, mesmo só conhecendo virtualmente, já me sinto super próxima! Tenho recebido muita ajuda de quem nem ao menos sabe se eu sou uma chata de galocha (brigada, Dani!!). 

Tudo isso pra contar que além dos meus novos amigos, também tenho amigos de longa data que estão ou estarão por lá. E, como tenho certeza que dividirei com eles vários momentos especiais lá em Londres, vou convidá-los a escrever alguns posts também.
Vai ser divertido! Apesar de não termos os mesmos objetivos com a viagem, todos têm algum carinho especial por Londres e de certa forma estão em busca de um sonho por lá. Vai ser incrível ver essa experiência através de diferentes olhares. 
Eu tô super animada!! (Mário, Dani, Maria, Cami, Juss... preparem-se!!).

E tcharam... a primeira convidada já está com seu post pronto!! ahahaha tô me sentindo falando isso pra uma platéia lotada!

Kívia, Cabine Vermelha. Cabine Vermelha, Kivia.


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