sexta-feira, 29 de julho de 2011

Paraninfa

Iuuuuuuuupii! Acabo de me formar no meu primeiro curso! 
Lá se foi julho... um mês inteiro de aulas de inglês e algumas outras aulas de moda. Foi tudo muito produtivo, divertido e um tanto quanto cansativo. E como eu fui uma ótima aluna, tenho direito a uma semana de férias antes do próximo curso que começa dia 8 de agosto e cujo-super-tema é maquiagem. Muita emoção.
Mas tô aqui pra contar sobre minha formatura. Não me vesti de Harry Potter, não teve bolinha de queijo, barquinha de maionese, valsa ou alguém pra me aplaudir, mas ao mesmo tempo foi bem fofa e um tanto quanto emotiva. 
Antes de chamar um por um para receber o diploma mequetrefe, a professora falava alguma coisinha sobre o aluno condecorado. O Harry era o "melhor e mais moderno da turma". A Georgia "é a pessoa que quando ausente todo mundo sente falta, porque ela tem o sorriso mais doce do mundo" (as duas coisas muito verdade). 
...
E essa próxima aluna está me ensinando como ser uma pessoa mais feliz.
Laura, sobe aqui! 
(mentira, não tinha que subir em lugar nenhum)
...
Momento sim-eu-me-emocionei-na-formatura-do-meu-curso-de-1-mês-de-inglês.
Eu e minha professora conversamos algumas vezes sobre a vida e trocamos também alguns e-mails. Ela sabe um pouco sobre o que eu vim fazer aqui e não sei bem da onde, mas
ela tirou alguma coisa de tudo isso.
De verdade fiquei feliz de alguém ter me ligado a um aprendizado de felicidade, porque é pra isso que vim, né? 
Mas infelizmente ser feliz a gente não ensina, a gente tem que aprender tentando, tentando e tentando sempre. 
Até porque hoje, se eu pudesse ensinar alguém o que é ser feliz, eu teria que dar de presente uma passagem pra Londres, com volta só depois de 3 meses. Pra ser uma felicidade completa, meu pupilo teria que viver com a Helen e ser vizinho do Freddie. Conhecer exatamente as mesmas pessoas que conheci. Comer iogurte grego todos os dias. Aprender a rir com barulho de porquinho sem medo de ser ridículo. Passar horas tentando contar em inglês os vídeos mais engraçados do youtube. Tomar Pimms quando o primeiro raio de sol aparecer. Ter seu momento de paixão por caveiras. Ter a mãe que eu tenho (e que me ligou só 3 vezes desde que eu cheguei aqui, porque foi obrigada pelo meu irmão a me esquecer e tornar assim a experiência ainda mais intensa). Ter o irmão que eu tenho. Os amigos que mesmo longe, estão sempre por perto. Ir para Berlim em menos de uma semana. E obviamente tirar nota 95 de 100 no teste de inglês! ihihih
Tirando a passagem que infelizmente eu não consigo dar, a mãe e o irmão (e alguns amigos que não empresto), quem quiser, essa é uma fórmula pronta e bem feliz!

Daí que eu sou a pessoa mais boba no que diz respeito à mensagens de auto-ajuda e essa viagem potencializou o sentimento me obrigando a guardar as que mais me agradam. E teve uma em especial que eu guardei, não só porque eu achei linda e verdadeira, mas porque foi a mensagem que deixei pra 3 das pessoas mais queridas da minha vida antes de vir pra cá (e espero que elas estejam praticando!).
Como a idéia é tentar, tentar e tentar ser feliz, quem sabe algum (ou alguns) desses conselhos possam ajudar!

Musiquinha pra acompanhar a leitura.

LOVELY ADVICE




Health:
1. Drink plenty of water.                                                                           
2. Eat breakfast like a king, lunch like a prince and dinner like
a beggar.
3. Eat more foods that grow on trees and plants and eat less
food that is manufactured in plants.
4. Live with the 3 E’s - Energy, Enthusiasm and Empathy
5. Play more games.
6. Read more books than you did in 2010.
7. Sit in silence for at least 10 minutes each day.
8. Sleep for 7 hours.
9. Take a 10-30 minutes walk daily. And while you walk,
smile.
Personality:
1. Don’t compare your life to others. You have no idea what
their journey is all about.
2. Don’t have negative thoughts or things you cannot control.
Instead invest your energy in the positive present moment.
3. Don’t over do. Keep your limits.
4. Don’t take yourself so seriously. No one else does.
5. Don’t waste your precious energy on gossip.
6. Dream more while you are awake.
7. Envy is a waste of time. You already have all you need.
8. Forget issues of the past. Don’t remind your partner with
his/her mistakes of the past. That will ruin your present
happiness.
9. Life is too short to waste time hating anyone. Don’t hate
others.
10. Make peace with your past so it won’t spoil the present.
11. No one is in charge of your happiness except you.
12. Realize that life is a school and you are here to learn.
Problems are simply part of the curriculum that appear and
fade away like algebra class but the lessons you learn will
last a lifetime.
13. Smile and laugh more.
14. You don’t have to win every argument. Agree to
disagree.
Society:
1. Call your family often.
2. Each day give something good to others.
3. Forgive everyone for everything.
4. Spend time with people over the age of 70 & under the
age of 6.
5. Try to make at least three people smile each day.
6. What other people think of you is none of your business.
7. Your job won’t take care of you when you are sick. Your
friends will. Stay in touch.
Life:
1. Do the right thing!
2. Get rid of anything that isn’t useful, beautiful or joyful.
3. However good or bad a situation is, it will change. 
4. No matter how you feel, get up, dress up and show up.
5. The best is yet to come.
Your Inner most is always happy. So, be happy.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sub-alimentando

Eu sempre adorei supermercados. Mesmo! Encaro como um passeio me perder entre as gôndolas enquanto procuro o Miojo sabor galinha caipira, meu Sucrilhos com mel, a pipoca com manteiga light, os 5 potes de requeijão, o pão de 7 grãos, o Nescau light, a manteiga bem salgada, a bendita Coca Zero que nunca tá gelada e as novidades no mundo dos sabonetes e shampoos. Ao mesmo tempo que odeio escolher frutas e legumes, porque sempre pego alguma coisa estragada que deixa minha mão melequenta.
Daí que aqui em Londres não tem frescura nãããão minha gente! Ninguém coloca a mão dentro do saquinho pra escolher fruta. Esquece escolher sabor de Miojo. Esquece Nescau, esquece a versão light. Esquece requeijão at all. Sabonete só com muito creme junto (o que acontece com a água daqui, sério! Quero respostas). Esqueeeece pipoquinha e esquece muito muito manteiga Aviação.
Pausa rapidinho.
Eu já reparei que tenho essa mania de achar correspondentes aqui em Londres. Tento achar coisas londrinas que substituam meus preferidos no Brasil. Mal sei eu mesma que não precisamos substituir, né? Basta adicioná-las na lista do coração. Anotado.
Voltando.
No minuto seguinte que pisei aqui, a Helen me levou pra fazer as compras básicas no Tesco. Pensa no cego do tiroteio. Então. Não tinha a menor idéia do que comprar e obviamente comprei tudo errado. Joguei três sucos inteiros pelo ralo de tão intomáveis que eles eram. Deixei queijo e carne mofar na geladeira. Comprei macarrão pra fazer com macarrão mesmo. A alface criou larva.
É tudo aprendizado, né? Mas tudo indica que eu tenho algum bloqueio no quesito culinária londrina.
Temos 3 ótimos supermercados na nossa rua. O Waitrose, o Sainsburys e o Marks & Spencer e eu vou dia sim dia não em um deles. Minhas compras básicas são: brioche do café-da-manhã, suco de laranja (que a Helen me tornou uma viciada), alcaparras(!) e qualquer outra coisa que sirva como mistura (adoro essa palavra) com o macarrão. E assim vamos, perdendo uma calça por dia : )
Mas na verdade eu tenho feito boas descobertas aqui.
> O que é, por Deus, o iogurte grego???? Não me perguntem porque, mas é divino.
> A Coca zero daqui é ainda mais gostosa.
> A carne daqui não tem absolutamente gosto de nada. Aliás, tem um gosto blécatis de carne mesmo. Daí que lembrei da minha mãe que me ensinou (sem ela querer) que pra deixar qualquer comida melhor é só jogar um pacote de sopa de cebola daquelas em pó. É o melhor tempero do mundo. Acaba com a cota de sódio do ano, mas é mesmo muito bom. Tá e quem disse que aqui tem sopa de cebola e ainda por cima em pó? Minha versão carne comível leva um ovo, muita alcaparra, azeitona, alho, cebola, tomate e mussarela de búfala (a carne é quase coadjuvante). 
> Aqui não existe jantar depois das 20h e descobri que jantar as 19h é uma benção! 
> Perdi minha aflição pela textura da mussarela de búfala.
> Eu sou a pessoa mais enjoada do mundo pra tomar leite (vejo o sinal de positivo com a cabeça daqueles da família). Eu só tomo leite se for desnatado, gelado e com Nescau light. Pasmem: aqui tomo leite quentíssimo, não sei a procedência da gordura e... com café! Uou.  
> A.M.O os carrinhos de supermercado daqui! Eles são iguais às malas da gente chique e rodam para todos os lados, frente, trás um lado e outro lado. É o máximo!
> Aqui tem aqueles caixas self-service. Você passa o código de barras e vai colocando no saquinho. E se você já está pensando em como burlar o sistema, esquece. O lugar onde coloca o saquinho tem um sensor que detecta se o que tem no saquinho já foi passado pelo sensor de código de barras.
> Não entendi ainda qualé do arroz. Não tem. Tio João, corre.
> As vezes passo no mercado perto da Universidade e acho bem engraçado voltar no ônibus com as compras do mês.
> Sempre que vou no super com fome volto com dois sacos de croissant com recheio de chocolate.
> Recomendo Guns N'Roses para a trilha sonora da sua compra.

sábado, 23 de julho de 2011

Despreconceituado

Se eu tivesse que ir embora amanhã eu acho que já teria melhorado um pouco meu inglês. Já teria conhecido a maioria dos lugares óbvios. Teria feito bons amigos, muitos deles pro resto da vida. Voltaria com algumas dicas pra dar. Acho que não teria aprendido muito sobre moda, mas voltaria com outros "pontos de vista". Aprendi a lavar minhas roupas, a comer macarrão com manteiga todos os dias e a amar ainda mais coca-cola. Ganhei cicatrizes pelo corpo, mas perdi algumas frescurites. Dei risada até perder o fôlego. Me sinto uma pessoa mais leve.
Mas se tem uma coisa que eu aprendi nesse lugar, durante esses 30 dias e que eu demorei 30 anos pra aprender foi parar com essa mania idiota de julgar as pessoas, seja pela aparência, seja pela primeira impressão.
Aqui as pessoas são muito felizes sendo elas mesmas, não importa a profissão, não importa a roupa que estão usando, a marca da bolsa, o(a) namorado(a) que vem do lado, se é rico, pobre, loiro, moreno, careca, cabeludo, rei, ladrão, polícia, capitão... nem acho que eles são felizes sempre no sentido da felicidade profunda e eterna, mas no sentido de se darem bem com quem escolheram ser. E se eles se sentem assim, quem somos nós (as outras pessoas) para julgarmos. Não é bonito isso? 
Tudo começou a fazer sentido quando eu conheci esse casal:
(importante: sem a máscara, o cara tem metade da cabeça careca, metade cabeluda. Daqueles dentes pontudos de propósito e um deles dourado. Lentes de contato brancas nos olhos).
Post interativo, vai? Pensa aí o que você acha deles.
Que são malucos, muito estranhos, "vou pro outro lado da calçada fácil", rehab-já, sem noção, querem aparecer, rebeldes sem causa... eu devo ter pensado um pouco de tudo isso junto quando os conheci na semana passada. Esse casal (de verdade, com amor e tudo mais) tem uma banda chamada B-Movie Vampires e tocaram semana passada antes da banda da Helen. Lembro que quando cheguei, a Helen cumprimentou eles e a Jenny (a moça) me deu um sorrisinho. Depois de tudo aquilo lá de cima que eu pensei dela, fiz um baita esforço e dei um sorrisinho de volta. 
Subiram no palco montados no sangue - todos tinham alguma maquiagem de sangue pela cara - fizeram seu show e eu simplesmente adoreeeei as músicas deles. 
A performance teve a participação especial de um saco preso no microfone que ficava tremendo, dando alguns gritinhos e com "sangue" escorrendo (a idéia, segundo a Jenny, é que tem uma cabeça lá dentro. Uhum).
Com um mix de todos os "vou pro outro lado da calçada fáciiiiil" + poxa, gostei das músicas deles, fui falar com a Jenny. 
A primeira coisa que ela disse pra mim foi: "Que bom que você gostou, obrigada. Você tem uma cara doce, parece uma boneca. Não sou gay, mas eu gostei de você de cara". Oiiii?? Uma inglesa esquisita sendo mais amigável que brasileiro-sozinho-no-estrangeiro? 
E assim ficamos amigas! Ela me apresentou a banda inteira, conversamos a noite toda. Uma certa hora o marido dela (sem a máscara, mas com todo o resto), me disse assim: darling (juro que começou com darling) não confie nas pessoas. Você parece ser uma menina com um coração muito bom. Estamos aqui do seu lado agora, mas se você precisar de alguma coisa enquanto estiver sozinha, andando pela cidade, avisa a gente. Não se meta em problemas.
Nocaaaaaute em mim. Fiquei paralisada.
Tudo bem, eles não me pagaram uma pint nem me ofereceram a casa de verão em Capri, mas mesmo assim esses dois plantaram uma semente no meu coração! Owwn! Talvez eles nunca saibam disso, talvez quem está lendo pense que eles entenderam minha tatuagem das costas (essa história virou a causa de tudo!) e, na verdade só queriam se aproveitar de mim, mas não me importo. 
É difícil não criarmos rótulos nas pessoas, mas todo mundo merece uma segunda chance de provar o contrário.
Enfim, naquele sábado começou uma mudança na minha vida. 
Uma mudança que todos deveriam pensar a respeito. 
Ps - essa história rendeu minha decisão pela quinta tatuagem: vai ser uma caveira. Simples assim, sem nenhum significado a ser descoberto : )

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cantarolando

To achando esse blog meio exposição demais, mas vamos lá.
Descobri a arte da música em movimento. Aqui TO-DO mundo anda pelas ruas com seus fones de ouvido (que, na maioria das vezes é branquinho-tenho-um-iphone). Não tem idade, não tem sexo. Absolutamente todo mundo anda ouvindo música. Ok, não é nenhuma novidade, mas aqui as pessoas vão às compras ouvindo música. Vão experimentar roupas ouvindo música. Conversam com a pessoa ao lado ouvindo música. Inusitado, vai?
Na verdade a graça, pra mim, é imaginar o que eles estão ouvindo. Inclusive já tive algumas surpresas a respeito disso. Domingo a noite estava só eu e um velhinho no vagão do metrô e dava pra ouvir cla-ra-men-te o ACDC rolando solto: shook me aaaaaall night looooooong! E hoje de novo, um cara todo de preto, mil tatuagens e piercings, but in love, ouvindo Eric Clapton: I've had enough, bad looove! 
E eu, ao mesmo tempo, me ponho a pensar se as pessoas sabem o que eu estou ouvindo, porque as vezes tenho muita vergonha. Outro dia começou a tocar Requebra, requebra, requebra sim, pode falar, pode rir de mim. E de verdade muito verdadeira, eu não me lembro de ter baixado essa música e muito menos ter colocado no meu ipod (meu irmão não gosta de falar ipod, então falemos "tocador de MP3").
Daí lembrei de um vídeo que o Mark (o mesmo amigo australiano que me acompanhou na tatuagem) fez pro seu stand-up (ele é ator):
:)))
Não é muito verdade? A música que a gente tá ouvindo muda todo um contexto.
Eu fiz uma seleção no meu tocador de MP3 que se chama "panic", porque ninguéééém merece pegar o metrô londrino às 8h30 da manhã. É muito contato físico, odeio. E também porque tenho ouvido muito The Smiths. Som na caixa:
Fazem parte da minha playlist "panic" as músicas mais animadas que conheço e que vão de Freddie, David Bowie a Olodum (queimando o filme no digital).
Mas a inspiração pra esse post veio da minha viagem de metrô dessa tarde enquanto eu cantarolava uma música qualquer em "inglês" e umas 3 pessoas riam da minha cara. Percebi que, obviamente, eu estava cantando naquele inglês bizarro que nosso ouvido transforma em qualquer outra palavra que não existe. No Brasil eu seria popstar, aqui virei motivo de piada.
Updates do coração:
> Eu e o Mario fomos ver o derradeiro Harry Potter e tivemos um momento cósmico ao ver o Big Ben no filme e saber que, se sentirmos saudades dele, é só descer na estação de Westminster e olhar pra cima! :D
> Foi tãooo difícil entender o inglês do filme que uma hora a gente não sabia se o povo estava falando em inglês ou na "língua das cobras".
> Diz a Helen no café da manhã: Desculpa por não ter cortinas, Laura! ...
Sim, agora ela lê meu blog!
> O show dela foi o máxiiiiiiimo (afinal ela lê meu blog! ihihi) e foi muito legal vê-la no palco cheia de glamour, cantando as músicas que eu normalmente ouço aqui em casa enquanto ela ensaia : ) aqui está um pedacinho (e uma das minhas músicas preferidas!):
> Comecei a fazer meu projeto final do curso de moda. Projeto FINAL! Meu Deus, como o tempo voa.
> It is raining, man! A lot. Já perdi meu segundo guarda-chuva. 
> Aqui é super comum ver noivas (vestidas de noiva), tirando fotos em lugares públicos. Daí, dia desses, enquanto andava pelo parque, vi um menino todo "vestido de Harry Potter" com os pais tirando foto (o filme é, até hoje, um mega evento aqui) e lá fui eu pedir pra tirar uma foto pra mandar pra minha mãe que é super fã.
Ah, posso até tirar foto com você, mas não estou vestido de Harry Potter, essa é a roupa que usamos na nossa formatura do colégio.
Boa noite.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A descoberta

Tenho uma tatuagem no "ombro, parte de trás". A primeira das quatro. Fiz com 18 anos. Eu e meu amigo australiano, Mark, entramos na primeira loja que vimos na Rua Augusta que, naquele tempo não era tão hype como é hoje. Era um lugar pequeno. O tatuador era recepcionista, caixa E artista.
Com aquela paciência de tatuador:"Fala aí, o que você quer!". 
"Ai moço, posso ver umas opções?". 
Eu e o Mark debatemos vários minutos sobre o melhor desenho. 
Lembro que o Mark queria uma flor (!), mas eu em toda minha sensatez achei que um símbolo chinês era muito mais apropriado para quando tivesse 80 anos. Uhum.
Parênteses: eu não tinha nenhuma certeza que queria fazer uma tatuagem, muito menos o quê fazer. Mas eu tinha certeza que queria mudar meu status de nerds pra descolada e com certeza a tatuagem seria um grande avanço. Fechou parênteses.
Tivemos muitas dúvidas. Os símbolos bonitos queriam dizer coisas idiotas. Significados felizes tinham símbolos horrorendos.
Concordamos que esse "desenho" parecia bem razoável.
Embaixo dele uma legenda legível e em letras garrafais: Felicidade e Sorte (não é exatamente esse símbolo aí de cima, mas tem esse "menino" da esquerda - é assim que chamo ele. Não vou divulgar a imagem pra preservar a identidade e exclusividade). 
"E aí, vocês vão decidir ou não?"
Lembro como se fosse hoje a cara de aterrorizado do Mark enquanto ele via o tatuador esfregando a agulha no meu ombro. A dor foi horrível.
E cá estou eu, 12 anos depois, com ela lá atrás, meio desbotada, meio esquecida. Gosto dela. Gosto mais do momento que ela marcou do que do desenho propriamente dito. Mas o saldo é positivo.
Era.
Até ontem.
Sexta tivemos o dia mais calor desde que cheguei aqui em Londres e resolvi gastar um pouco das minhas roupas de verão que mal saíram da mala. 
Cheguei na aula de inglês, tirei o casaco e ouço uma quase-gargalhada. Era o Henry, meu amigo Taiwan. Ele é super sorridente por natureza, então não me espantei muito com a felicidade momentânea.
Diz ele baixinho pra não atrapalhar a professora: 
"Ei, Laura, acabei de ver sua tatuagem! Você sabe o que está escrito no seu ombro?".
"Claro que sim!"
"O que você ACHA que está escrito?"
Gelei. Transpirei. Quase desmaiei.
"Felicidade e Sorte, óbvio"
Fez-se uma risada quase demoníaca.
"Desculpa te desapontar, mas não".
"Quêêêêê???" 
Professora: "Sem conversa paralela, gente!" (ihih)
"Você quer mesmo saber?"
Bom, nessa hora eu já tinha perdido minha rotineira fome das 10h30, já tinha suado horrores e queria me jogar na Oxford St.
"Aí tá escrito que você está huuuummmmm ééééééééé... se guardando para seu marido!"
"Whaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaat?"
Momento reflexão, todos juntos!
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Saí da classe antes do horário oficial e fiquei sentada muda sem saber o que fazer.
Daí vem ele, tadinho, todo triste pela minha decepção.
"Pensa bem, Laura, podia ser muito muito pior".
Podia ser pior mesmo, mas meu Deus, me senti a pessoa mais ridícula da face.
Eis que aparece a luz.
Minha amiga chinesa.
Ele contou pra ela, ela examinou bem minha tatuagem. Eu não sabia mais onde enfiar minha cara. Os dois não paravam de rir e falar na língua estranha.
Depois de alguns minutos de debate, eles vêm com o veredito: pode ficar tranquila, Laura. Realmente quer dizer coisa boa, algo próximo de "Felicidade e Sorte", mas esse símbolo, na língua Taiwanesa, é muuuuuito parecido com "estou me guardando pro meu marido". 
Fica tranquila, mas por via das dúvidas, se quiser manter a dignidade, evite Taiwan.
Fim.

sábado, 16 de julho de 2011

Glasto - Day 2...




Ah o despertar do Glasto...
Depois de uma noite mal dormida, com o saco de dormir e colchão inflável meio úmidos ainda por conta da chuva do dia anterior, acordamos dispostas a encarar mais um dia enlameado de festival. Muito bem intencionadas.
A primeira frase que ouço da Ingrid foi: “vamos abrir as portas da esperança!” e eis que ela abre a barraca e damos de cara com um puuuuuta sol. Tá, tá bom, vimos também nossas weelies praticamente virando cinzeiro de argila com aquela lama petrificada e a frente da barraca toooooda imunda de lama, mas o dia estava lindo,como nos nossos pedidos pro papai do céu...
Nossa primeira refeicao foi “em casa”.
A Jenny estava com seu fogaozinho de uma boca, aquecendo um bulezinho de água. Rapidamente entramos na fila com nossos bujoezinhos, quando pra nossa surpresa, eles não encaixavam no fogaozinho! Super legal. Carregamos peso a toa.
Mas tudo bem, tomamos um capuccino de saquinho, sem açúcar (esquecemos de levar) e comemos pão puro (esquecemos o cream cheese na geladeira em Londres). Foi uma delicia!
Daí, seguimos com nossas escovas de dente rumo à única pia que servia nossa parte do camping. A fila era de perder de vista... Na nossa vez, fomos bem rápidas. Apenas escovamos os dentes, lavamos nosso rosto (esquecemos o sabonete na barraca)... Afinal, como brasileiras (povo limpo), já estávamos aflitas pensando em que horas iríamos tomar banho...
Voltamos pra barraca, pegamos nosso super kit de banho e fomos dar uma volta com os “mates”.
Detalhe importante: quando estávamos pensando em como iríamos fazer em relação ao figurino, decidimos passar na Primark (loja hiperbarata em Londres) e comprar umas 10 meias-calças, daí conforme fossemos usando, íamos jogando fora. Até porque não tem como reutilizar absolutamente nada de tão sujo de lama que fica! Continuando...
Quando fui pegar o pacotinho de meias-supostamente-calcas que tinha comprado... IN MY FACE.Comprei meias ate o joelho ao invés de meia calca. Que ódio! Tive que rachar com a Ingrid as que ela tinha comprado e economizar durante o dia, que era mais calor e dava pra ficar sem.
Enfim...
“Wandering”, passamos pelo Pyramid Stage (principal), depois fomos no Other Stage(segundo palco)




e caminhamos para uma área super bacana, chamada Field of Avalon e The Village Fete.



Ficamos brincando lá com malabares, perna de pau (ok, impossível com tanta lama) e depois seguimos para a área do Greenpeace. Sentamos todos lá e apreciamos umas “ciders”. Na seqüência, os amigos ingleses voltaram pras barracas e eu e minha fiel parceira, brasileira que não desiste nunca, continuamos andando, até que achamos um bar com uma bandinha. Aportamos lá mesmo e ficamos nos sentindo as phynas ali. Música ótima, bebida geladinha, gente bonita e um dia lindo.
Melhorou ainda mais quando um mocinho inglês que tava passando com uma jarra de Pimm’s (a bebida do verão!) cheia de pepino, hortelã... nos ouviu conversando em outra língua e resolveu trocar uma idéia. Só sei que depois de alguns minutos, já estávamos tomando a tal Pimm’s dele e dos amigos.
Lá pras 20h (ainda dia claro) resolvemos ir procurar os chuveiros. Afinal, queríamos estar limpinhas para o dia seguinte, dia em que começariam os shows.
Na hora que vimos a casinha do banho, não acreditamos. Vazia! E a gente achando que ia estar a maior fila! Fomos entrando felizes da vida, até que damos de cara com o segurança falando que banho era das 6am as 8pm. Foi o fim. Como assim, passar dois dias na lama sem tomar banho?!?!
Saímos tristes e desoladas em busca de um banheiro químico digno, para pelo menos passar umas toalhinhas umedecidas no corpo... E tudo mais... E não é que achamos? Os banheiros químicos entre o Pyramid Stage e o The Other sao ótimos!
Nessa de sair sem meia calca, a lama que espirrava na minha perna foi secando e virando uma lixa na borda da bota. Imagina isso roçando por 5 dias, o dia inteiro, durante quilômetros? Carrego as “chagas” até hoje! Acho nunca mais vou poder colocar as canelas branquelas de fora novamente!
Bom,voltamos pra barraca, trocamos de roupa e saímos novamente em busca de mais emoção. Desta vez, como já eram umas 22h, pegamos o caminho para as áreas do late-night. A long journey...
Caminhamos mais um tempão, até que finalmente chegamos em uma das partes mais legais do Glasto. Shangri-La.



Neste momento, finalmente encontramos o espírito “Glastonburiano”!
Era uma parte meio obscura, com helicópteros quebrados, bonecos-fantasmas, carros com a lataria espelhada. Uma loucura. E varias tendas tocando especialmente musica eletrônica, que não somos muito fãs, mas combinava com o lugar. Tinha tenda de psy, tenda de dub (eu acho que era isso, não manjo muito) e etc. Compramos uma bebida e continuamos andando. Chegamos no lugar mais freak do festival: The Common.Um lugar onde tinham varias atrações entre elas um festival de Lucha Libra, videntes (La Arcada de Adavinos) , caveiras mexicanas dançando quadrilha no meio da galera (Copperdollar) e um tal de Wall of Dead que é um show de motos que sobem paredes! Nos divertimos a valer!
Mas o mais incrível do late-night é o Arcadia, sem dúvidas. Alguns dos efeitos visuais davam pra serem vistos lá da outra ponta da fazenda.



Lá pras tantas da madrugada, voltamos pra barraca em êxtase. Mas dessa vez fomos espertas. Gravamos algumas barracas na ida, como referência, para o caminho da volta! Rááá!
Good night Glasto. Esta noite com tampões de ouvido. :)
Kivia

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Uma dedicatória








Domingo o blog completa 2 meses (clap clap clap!) e me pus a pensar pra que tudo isso serve. 
Pra acompanhar o raciocínio, trilha sonora da vizinhança.
Quando comecei a escrever o objetivo era, de alguma forma, escrever pra mim mesma. Antes de vir pra Londres eu passei por um turbilhão de emoções que eu nem sabia que existiam. Colocar tudo isso em palavras me ajudou a racionalizar essas emoções e tirar proveito delas da melhor forma possível. 
Foi daí que vieram os posts água-com-açucar / auto-ajuda. Porque enquanto eu tentava descrever o que eu sentia, eu comecei a achar que mais gente deveria sentir tudo isso (ainda acho!), apesar de ter certeza que a mesma experiência é infinitamente diferente pra cada um.
Vim com a vontade de viver intensamente um sonho (já falei tanto essa palavra aqui, que comecei a me auto-entediar. Agora penso nela como um doce de padaria) sem a pretensão de voltar uma pessoa melhor, pior ou igual a que eu era/sou. Vim pra viver e aproveitar até o último segundo, até porque, jesuuuuuis, que cidade cara.
Enfim, tudo isso pra dizer que eu amo minha mãe. 
(lembranças aos meus professores de português e redação que um dia me ensinaram a arte da coerência narrativa).
Ouvi todos os conselhos do mundo antes de vir pra cá (teve até post). E me senti muito muuuuuito privilegiada por ter tanta gente me desejando coisas boas. Essa é uma das coisas que com certeza vou guardar pra sempre na alma. 
Mas daí eu recebo o conselho da minha mãe, um extenso: vá! Vá e viva tudo.
O conselho mais valioso do mundo. 
Um conselho que quer dizer tudo, sem a pretensão ou a pressão de significar muita coisa. 
E é a partir dele que dedico meu tempo, todo ele, a mim mesma. Faço o que bem entendo. Faço o que me dá vontade e o que me faz sorrir. Me conheço mais a cada dia. Aprendo a lidar comigo mesma. Comecei a entender meus defeitos e me orgulho das minhas próprias qualidades (muitas delas graças à senhora minha mãe). Morro de rir com alguns absurdos que passam pela minha cabeça. Me auto-censuro e me auto-proíbo. Tento aprender cada dia mais com erros do passado e já projeto outros tantos erros que com certeza vão acontecer no futuro. Tenho paciência comigo mesma. Tiro uma pressão por dia da cabeça. Ganho um quilo por semana.
E é assim que eu quero terminar tudo isso. Tendo a certeza que eu vim! E que eu vivi tudo, do jeito que eu, na mais pura essência do ser, escolhi viver. 
E minha mãe ainda me deu outro presente: um poema lindo que deveríamos ler todos os dias e nos esforçar para fazê-lo acontecer.


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Fernando Pessoa

; )
Um beijo, Mi!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

I heart bus

Eu amo os ônibus daqui.
Eu até gosto das cabines vermelhas, mas nada como um ônibus vermelho de dois andares. Melhor ainda quando é exatamente aquele que você está esperando no frio, às 2h da madrugada : )
A Kívia me passou esse amor, na verdade. Sempre achei o metrô muito muito muito mais fácil, mais rápido e mais divertido. 
Mais fácil, porque é realmente muito fácil se achar nele: tem uma estação a cada esquina; você só precisa saber onde é o norte, o sul, o leste e oeste (oversharing: eu anoto na mão algumas vezes) e saber ler as plaquinhas que mostram exatamente qual é o caminho que aquele trem vai fazer. Saber ler e saber esqueda, direita, frente e trás. Tá fácil, vai?
Pra quem tiver curiosidade, aqui está o mapa do metrô de Londres.
É mais rápido, porque realmente é mais rápido. Tá certo que é super comum você estar dentro do trem e a estação que você precisa descer tem suspeita de bomba e fecha. Ou ainda, você passa minutos intermináveis e claustrofóbicos dentro do túnel, porque as vezes congestiona. De qualquer forma, é mais rápido. Fato.
É também mais divertido, porque as coisas que se vê no metrô de Londres são das mais hilárias da vida. Tô tirando foto das pessoas no metrô, então vou dedicar um post inteiro só pra esse assunto. Aguardem : ) mas só para deixar uma idéia do que é, hoje de madrugada (perto das 8h30 da manhã), entrou um cara com o maior black-power da história, com um mega fone de ouvido e cantando alto, muuuuuito alto uma música do Michael Jackson! Ele cantava tão bem que o povo até curtiu e no final bateu palmas.
E, como se não bastasse, fazer baldeação aqui tem um nome MUITO mais glamour, você só precisa change for the Jubille line (ou qualquer outra line).
I love the tube!
Tudo isso pra falar que na verdade I love the red buses!
E vejam que para eu trocar todo meu carinho do metrô por um passeio de ônibus, tem que valer a pena. E pois vale.
O primeiro e mais forte motivo é que andar de ônibus te faz ver a cidade! Sempre que eu pego o ônibus fico com um cardeninho na mão pra anotar algum lugar fofo que vejo da janela e assim voltar uma outra hora. Dá pra ver a cidade de manhã de tarde e de noite e pode ter certeza que são 3 cidades diferentes. Pra quem não espera passar uma vida toda por aqui, só esse motivo já é forte o bastante pra andar de ônibus sem parar.
O segundo motivo, pra mim, é poder sentar no andar de cima. Eu acho incrível! Sentar na janelona da frente, no andar de cima transcende a realidade! É ter a sensação de não perder nada, de ver tudo 360 graus, 3D, alta resolução... eu não perco uma oportunidade! O andar pode estar todo vazio, com uma pessoa só ocupando uma das duas poltronas da frente e eu nem penso duas vezes... vou lá, encostada e chacoalhando no(a) estranho(a). 
Tem também a experiência divertidíssima de pegar um ônibus sem saber pra onde ele tá indo. Eu e a Kivia fizemos isso dia desses e resolvemos ir até o ponto final de um ônibus xis. Chegamos em frente ao estádio do Chelsea, um dos times do futebol londrino. Adoramos o passeio. Depois foi só pegar o mesmo ônibus, sentido oposto, pra chegar em algum lugar conhecido.
Pausa aqui, porque eu realmente acho que essa dica é de ouro! Se depois de turistar adoidado, sobrar um gostinho de quero mais (frase Xou da Xuxa), pegue um ônibus sem saber direito pra onde vai e só se preocupe em ver a cidade! Em ver como ela muda de um bairro pro outro, as pessoas que andam na rua, o comércio local. Esse é sem dúvida um passeio muito bacana e rico (no sentido cultural da palavra) e garanto que o final da linha é muito mais bacana que Vila Carrão ou Sapopemba.
Mas sim, sejamos honestos.
Pegar ônibus aqui não é das tarefas mais fáceis. Eu ainda perco um tempo tentando me achar, mas depois que vai, vai.
Todos os pontos de ônibus tem um mapinha que mostra pra onde aqueles ônibus vão e, ao lado, você ainda ganha um bônus que funciona assim: um mapa da região com todos os outros pontos perto dali EEE os lugares para onde esses ônibus vão. Ou seja, é muito fácil achar pelo menos um ponto que tenha um ônibus para onde você quer ir.
Mas óbvio que não são todos os pontos que têm ônibus que serve, daí o que você faz? Adota um ponto central do coração. O meu ponto central do coração é a Trafalgar Square. Pra lá tem ônibus em todo canto e de lá eu vou pra casa. 
Tem um outro plus a mais no que diz respeito aos ônibus: eles funcionam 24h! Não são todos, é verdade, mas tem várias linhas non-stop. E ainda temos os super night-buses, aqueles que só funcionam na madrugada.
É muita informação inútil num post só, né? Tô aqui pensando o que tudo isso tem a ver!
Enfim, só queria deixar aqui meu sentimento explícito pelos ônibus londrinhos.
Updates da alegria:
> Hoje tive uma aula de moda dentro de uma classe de aula! Wrong. A aula hoje foi no maior shopping center da Europa. A tarefa era tirar foto das coleções atuais inspiradas pelos anos 70. Super!
> Minha semana está muito mais tranquila e eu e Helen estamos nos preparando para sábado, quando ela fará um super show com os The Cheek of Her (a banda dela). Eu serei a merchan-girl e minha responsabilidade é vender o maior número de chaveiros e camisetas que conseguir. A responsabilidade dela é cantar.
> A água daqui deixa o cabelo tão duro, mas tão duro, que estou pensando seriamente em aceitar a dica de uma amiga do metrô e quebrar um ovo na cabeça.
> Desencanei de vez da cabra-cega, acordo 5h da manhã e pronto. A tarefa agora é treinar minha paciência, alegria e vivacidade para que também acordem às 5h da manhã.
> Caí 3 vezes essa semana.
> Comprei um aplique de cabelo e agora tenho o maior rabo-de-cavalo do universo... a questão é que simplesmente não consigo mexer nele de tanta tanta taaaanta aflição que me dá! O vendedor não quis me dizer do que é feito, mas garantiu que não é cabelo de verdade. E aí? Taquei álcool em gel nele.
Obs - se alguém realmente se interessou em ver o mapa do metrô daqui, me avisa, que eu tenho uns jobs pra passar. ; )

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