sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Escandinávia - parte 2

Esse negócio de momentos épicos é muito subjetivo, né?
Se alguém me contasse que se emocionou ouvindo Tchaikovsky de olhos fechados, com certeza eu acharia que falta emoção na vida. Ou talvez repertório, porque Tchaikovsky nem é tão legal assim (ups!).
Mas momentos épicos só são épicos pra quem estava lá. Não dá pra explicar e com certeza não tem graça pra quem ouve/lê; tem que viver e sentir.
E assim começamos em Estocolmo, a mais bonita.
Que cidade liiinda de chorar! Pra quem não gosta de geografia, como eu, Estocolmo é toda feita de ilhas, formando vários canais pela cidade. Então pensa que bonito andar por uma avenida e de repente passar uma pontezinha, depois outra, depois outra. Pensa no cenário de um filme que tudo acaba muito feliz. Então.
O melhor jeito de conhecer a cidade é de bicicleta e foi assim, num passeio despretensioso que eu parei no meio de uma ponte, olhei pro canal (estou evitando falar "mar" ou "rio" porque eu realmente não sei o que é) e vi o sol bater na água, nas casinhas coloridas e uma mãe passou do meu lado, deu um beijo na testa do filhinho e disse: I love you. 
Chorei. Lá e agora! ahahah
Curiosidades: 
> Impossível ir pra lá e não achar que viu a vocalista do Roxette. Uma em cada esquina.
> O prato típico de lá é meatballs (tipo almôndegas) com purê de batata. Parece restodontê, mas é de comer de joelhos.
> Todos os prédios que ficam na beira da água (ihih) têm tipo um píer pra quem quiser descer e nadar ou tomar sol. Á água é limpa inclusive no centrão.
> É no prédio da prefeitura de Estocolmo que todo dia 10 de dezembro acontece a cerimônia de entrega dos prêmios Nobel. Tem todo um ritual dos indicados sentarem próximos da realeza, mas eu não lembro exatamente. Sorry.
Daí fomos para Copenhague, a mais feliz.
Apesar de serem vizinhas, as duas cidades têm belezas completamente diferentes. Copenhague também têm seus canais, mas são mais discretos. É uma cidade mais com cara de cidade mesmo, ruas estreitas e várias pracinhas. Tava muito frio e um vento que eu nunca senti na vida, era difícil de andar. Pra espantar o frio (not), resolvemos ir pro Parque de Diversões mais antigo do mundo, o Tivoli e lá have some fun. Pagamos bem caro no ingresso que só dá o direito de sorrir lá dentro, porque todos os brinquedos são a parte. Não achei tão ruim, porque eu sou a maior medrosa com essas coisas que sobem, giram ou vão rápido. Resolvemos então escolher um e pagar pra ir. O escolhido foi um mastro com várias cadeirinhas presas por correntes que sobem muito alto e giram rapidinho. 
Frio de rachar + medo + velocidade + giratório = momento épico passou longe.
Mas não, foi lindo! Quando a cadeirinha subiu, ficamos verdadeiramente emocionadas com o que vimos. A cidade de cima é um espetáculo!! Os telhados laranjinhas, a água ao fundo (que saco não saber o que é), os parques, as luzinhas que começavam a acender. Ficou eterno.
Curiosidades:
> Segundo uma pesquisa recente, o dinamarquês é o povo mais feliz do mundo e podecrê que é o mais simpático também. Quanta gente bacana passou pelas nossas rápidas-vidas por lá. 
> Copenhague tem o eleito melhor restaurante do mundo (acho que 2 vezes seguidas). O Noma. Pra dar o ar da graça por lá, tem que entrar em uma reserva de 4 meses de antecedência. 
> Christiania é o nome de uma comunidade hippie que fica bem no meio de Copenhague. Eles se dizem uma comunidade livre e fora da UE (na saída da vila tem uma placa escrita: Você está entrando na União Européia). São 3 as regras de Christiania: Não correr / Não tirar foto / Ser feliz. Lá dentro tudo é legalizado e é mais fácil comprar maconha que água. Foi com certeza um dos lugares mais bizarro que eu já pisei.
> As moedas deles são lindas e têm corações!! Viraram um lindo colar : )
E por último lá fomos nós pra Berlim, a mais divertida.
Voltei pra Berlim. Não resisto à oportunidade de viajar com alguém que não conhece a cidade e assim poder mostrar a minha versão de Berlim. Mas dessa vez já combinei com eles que seria Berlim modo avançado. Mudamos o tour, não entramos em museus, conhecemos novos bairros, bares e restaurantes. 
Parênteses: tiro meu chapéu pra quem diz que gosta de viajar sozinho. Mesmo. Tem que ser alguém com o espírito muito elevado (mais que o meu, pelo menos), muito bem resolvido. Essa viagem só reforçou o quanto faz mais sentido ter amigos por perto.
Fechou.
Resolvemos ir no Notivagus, um restaurante de cegos. Todos os garçons são cegos e o jantar é servido no mais escuro dos breus. Não se vê um dedo na frente do nariz, absolutamente nada. Não dá nem pra saber onde estávamos sentados, o que estávamos comendo, onde estava a boca. No começo a gente só conseguia rir de nervoso, porque realmente não é das situações mais confortáveis. Mas depois a gente começou a perceber que tudo dependia de um trabalho em equipe. Enquanto um segurava a garrafa de vinho, o outro procurava os copos. Um ajudava o outro a experimentar a comida alheia. Ninguém tinha celular pra dispersar e fomos "obrigados" (obrigada) a conversar sem parar pra saber o que o outro estava fazendo.
Daí teve a balada russa no dia que os brasileiros mudaram a história da coreografia da mãozinha cruzada, o bar com a brincadeira de colar nome na testa alheia, o tamanco feminino que o único masculino da turma comprou porque o sapato apertava o pé e o passeio de pijama. 
Curiosidades:
> Os dois estreantes acharam a cidade feia e fiquei pensando que realmente Berlim não é uma cidade bonita por fora, mas passa a ser linda quando você conhece ela por dentro! : )


Obrigada Fê. Obrigada Bruno. 

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