terça-feira, 7 de junho de 2011

Em busca da profissão

Tudo começou assim, ó: mãe, tô aqui preenchendo a inscrição para a Fuvest e não tenho nenhuma noção do que vou prestar. Acho que vou fazer um xis na publicidade, tá?
Plim plim plim, virei publicitária.
E foram 12 anos felizes no papel de publicitária. Trabalhei feito louca, me dediquei de corpo, alma, saúde e nervos. 
12 anos intensos e que me fizeram ser a pessoinha que hoje sou. 
Lembro do meu primeiro dia no meu primeiro emprego. Acordei e me vesti com a roupa que tinha comprado no dia anterior - calça de linho cinza, uma camisa branca bem jeca, um sapato rosa na textura jacaré má-muito feio e uma trança no cabelo pra mostrar seriedade. 
Lá fui eu, toda enfeitada na minha ingenuidade, pro meu primeiro dia de menina trabalhadora.
Pisei na agência e, se me restava dúvida sobre estar na profissão certa, naquele momento eu tive certeza... era AA profissão errada. Olhava as pessoas ao meu redor e me sentia um nada, uma menininha frágil e toda nerds no meio de tanta gente chique (na minha época os homens do atendimento usavam terno e gravata) e ao mesmo tempo ultra-moderna. Nem me preocupei com o fato de serem bem-sucedidas ou não. Eu jamais seria tudo aquilo. Eu jamais me vestiria tão bem quanto as meninas da criação ou seria tão pop como as atendimentas mais antigas. 
Cheguei arrasada em casa tentando entender tudo aquilo. 
Ta, então quer dizer que como estagiária do atendimento eu tenho que: obedecer meu chefe e o chefe do meu chefe, fazer tudo o que o cliente mandar, negociar os orçamentos com a produção gráfica, cobrar a mídia, envolver o planejamento, ficar no pé da expedição, brigar pelo prazo com o RTV e todos os dias da minha vida ser simpática com a criação, mesmo sabendo que eles jamais seriam simpáticos comigo :)
Uhum.
E foi assim que aprendi a ser uma menina responsável e desaprendi a ser organizada. 
Aprendi que a gente nem sempre deve dizer o que pensa e que as pessoas nem sempre dizem o que querem.
Aprendi a dirigir por São Paulo sem usar o GPS. 
Conheci o Rio de Janeiro e até acho que me localizo bem por lá. Viajei pra quase todas as capitais do nordeste.
Descobri que não sei almoçar sozinha.
Me diverti horrores e dei risada até cair no chão (literalmente). 
Ouvi muitos desaforos e em troca chorei oceanos inteiros.
Chorei mais um pouco com histórias bonitas.
Conheci os melhores amigos do mundo.
Foi um capítulo muito muito muito feliz da minha vida e sei que graças a ele eu me sinto uma pessoa melhor.
Mas os 30 anos chegaram e eu percebi que estava na hora de testar outros caminhos e outras possibilidades antes de ter certeza do que eu quero ser quando crescer. 
Londres apareceu nessa minha busca por novidades e juntei o sonho de morar fora com o sonho de conhecer outros assuntos - moda e maquiagem foram os assuntos escolhidos por serem assuntos que eu gosto muito, não por serem do meu super conhecimento.
E lá vou eu. Sem nenhuma pretensão de resolver minha vida profissional em 3 meses, mas muito animada com tudo o que tenho pra aprender e viver por lá. 
Mas olha como são as coisas... enquanto eu me despeço do mundo publicitário, o Ronaldo tá lá no Pacaembú se despedindo do futebol(!) e sem querer me ocorreu um momento de inspiração - achei lindo ver o sorriso de alguém que se diverte e é feliz com o que escolheu pra fazer da vida. 
Então combinado. Vou lá em busca do meu sorriso e já volto!
E não. Eu não aprendi a me vestir tão bem quanto as meninas fofas da criação. 
E sim, eu até tive oportunidade de ser pop, mas achei tudo isso muito brega. 
ihihihi tudo mentira.

3 comentários:

  1. Aaaai, quase caiu uma lágrima! estive presente em alguns momentos desse post. A publicidade não será a mesma sem você! hihihi.

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